Ponto Chic
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Reportagens

Conheça quem são os empreendedores por trás do famoso bauru

RENATO JAKITAS, ESTADÃO PME
29/07/2015 | 14h10
leia a matéria original aqui.

Para não ficar apenas na história paulista

Inaugurado há 93 anos, foi no Ponto Chic que surgiu o famoso bauru. Agora, família quer fazer negócio ganhar espaço

Tradição e fama, sozinhas, não são garantias de sucesso irrestrito. Caso contrário, o destino do Ponto Chic, misto de bar, lanchonete e restaurante, seria um pouco diferente – ao menos na expectativa dos proprietários. Inaugurado há 93 anos, o estabelecimento conseguiu resistir ao desenvolvimento de São Paulo e, de quebra, viu nascer em sua chapa uma das mais populares inovações brasileiras em matéria de sanduíche: o bauru.

Mas, apesar do reconhecimento popular, o Ponto Chic ainda patina no que tange a expansão territorial, sonho dos últimos três comandantes: Antonio, José Carlos e Rodrigo Alves de Souza – respectivamente, avô, pai e filho –, que desde 1978 administram a marca e se esforçam para dar à ela uma perspectiva de grande rede. 

São três unidades em funcionamento. A primeira, aberta em 1922 no Largo do Paysandu, a segunda em Perdizes, em 1978, e a última no Paraíso, criada em 1985. Mas nos últimos 36 anos, pelo menos mais cinco tentativas foram colocadas em funcionamento, sempre descontinuadas por falta de rentabilidade. 

“Nós já tivemos oito restaurantes, cinco deles simultâneos, mas o que aconteceu é que de 1978 para cá enfrentamos 11 crises diferentes”, explica Rodrigo Alves de Souza, que cuida da comunicação, do marketing e da terceira loja do Ponto Chic, a do Paraíso – o pai comanda a unidade do Centro e o avô fica em Perdizes. “Com certeza, nós temos uma casa tradicional, de sucesso, e nossa meta é ampliar a operação. Vamos esperar a melhora na economia. Já está tudo pronto para expandir”, diz ele, que ainda analisa os resultado da última incursão em Ribeirão Preto, a primeira fora da capital, e que fechou as portas no ano passado. “Funcionou de 2011 a 2014. A gente teve insights na forma de replicar o modelo, porque hoje a gente tem sempre o dono à frente”, observa. “Pode ser uma franquia, pode não ser. Ainda precisamos pensar nisso. Queremos crescer”, observa.

Mas um ponto nesse processo de expansão parece definido. Seja qual for o modelo, a estratégia da rede passa por continuar enfatizando o bauru como carro-chefe e principal invenção da casa. “Curiosamente, a gente colocou o ‘famoso bauru’ em nossa logomarca nos anos 2000. Agora trabalhamos muito essa informação.” 

Apesar da falta de documentação sobre a autoria do bauru, existem poucas dúvidas quanto à história de que, em 1936, o lanche saiu das mãos de um chapeiro do Ponto Chic e da cabeça de um freguês, que se tornaria folclórico na boemia paulistana.

Casimiro Pinto Neto, então estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, teria encostado no balcão, chamado o funcionário de lado e ditado uma receita que inventou na hora, com pão sem miolo, rosbife cortado em fatias, queijo e tomate (o pepino em conserva foi acrescentado anos depois). 

“Esse cliente era muito conhecido por todos, que o chamavam de Bauru, já que ele tinha vindo da cidade do interior de São Paulo para estudar na faculdade. Um amigo provou o lanche e disse pro chapeiro fazer outro daquele do Bauru e assim foi se popularizando o lanche”, conta Rodrigo, que em 2012, em virtude do aniversário de 90 anos da casa, financiou uma pesquisa realizada pelo jornalista e escritor Angelo Iacocca para recuperar a história. O pesquisador ouviu personagens da época e reproduziu a sequência de fatos no livro ‘Ponto Chic’, lançado pela Editora Senac.

Autoria. “Não dá pra ter uma patente da receita do Bauru, nem do nome. E ainda bem. Se a gente tivesse isso, o lanche não teria se transformado no sucesso que é”, diz o empresário. “Se você for ao Amapá e pedir um bauru, pode ter certeza que eles vão fazer uma versão bem diferente da nossa, mas vão te entregar um lanche”, conta ele, que diz não se preocupar em guardar segredos sobre a preparação. “O que nos protege é a escala. São ingredientes caros, o rosbife fazemos aqui e vendemos de 180 a 200 lanches por unidade, todo dia. Nosso preço, por isso, é imbatível.”

 

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